Este foi um projeto bastante abrangente e inovador, que conseguiu lidar com múltiplas facetas do uso da água no cenário urbano. Desenvolvido para uma residência na cidade de São Paulo, com 4 moradores fixos e eventos quinzenais para até 10 pessoas. Os serviços prestados pela água foram vistos integralmente!
A água de chuva é aproveitada para fins não potáveis, após tratamento, sendo destinada aos vasos sanitários, torneiras externas, irrigação e máquina de lavar roupas, atendendo cerca de metade do consumo global. Além disto, ela também é usada com um intuito mais paisagístico e beneficiador do microclima local ao percorrer toda a casa, em um fluxo constante, passando por lagos internos e externos à casa, pela claraboia e por tanques e cascatas que criam nichos de lazer e contemplação.
A água dos vasos sanitários e da pia da cozinha, é enviada para tratamento em um biodigestor e o biogás produzido é usado para cozinhar em um fogão de uso exclusivo, na cozinha da casa. A água do chuveiro e das pias do banheiro é conduzida para uma Zona de Raízes (wetlands construídos), que consiste em um jardim que filtra e purifica está água.
Além disto, a Fluxus também ofereceu uma consultoria com suporte técnico para o aquecimento solar da água, que englobou: propostas de ajustes de arquitetura para que se pudesse contemplar o aquecimento por termosifão, o dimensionamento do sistema, especificações técnicas do equipamento e a recomendação de sistema de aquecimento complementar a ser integrado à solução solar.

O grande destaque deste projeto foi a integração de lagos abastecidos com água de chuva à arquitetura da residência. Um sistema todo interligado é composto por lagos que passam tanto pelo interior da casa, como pelo exterior dela; em pontos distintos da residência existem tanques, canais e cascatas, conectados por um fluxo constante de água. Diferentes nichos são criados com plantas, peixes e pedras, integrados ao paisagismo e que se comunicam com a decoração do interior da residência. Para todos os pontos, a Fluxus fez indicações de espécies de peixes e plantas aquáticas que melhor se adaptam e contribuem para minimizar a manutenção do sistema.
O biodigestor enterrado fica imerso no lago externo, fazendo parte do tratamento das águas servidas e produzindo biogás para a cozinha. Após sair do biodigestor, a água segue seu processo de tratamento passando por tratamentos feitos com plantas, que se integram ao paisagismo do local.

Coordenação Geral: Guilherme N. Castagna
Equipe: Isabel Figueiredo, Fefa Nigro, Renato Fenerich, Jéssica Dias e Miguel Pereira
Desenho Ilustrativo: Fefa Nigro
Projeto de Arquitetura: Zoom Urbanismo Arquitetura e Design
Projeto de Paisagismo: Peter Webb
Projeto de Irrigação: Pedro Friedman
Flowforms: Mila Pires